Marabá no III Encontro Comunitário de Teatro para Jovens em São Paulo
A cidade de Marabá foi muito bem representada no "III Encontro Comunitário de Teatro para Jovens" que aconteceu de 11 a 19 de setembro em Tiradentes / São Paulo. A Biblioteca Comunitária Hozana Lopes de Abreu, do bairro Liberdade representanda pela Companhia de Teatro Asas da Liberdade, participou do encontro com oito integrantes do grupo de teatro. O espetáculo levado a cidade de São Paulo foi o "Registro de Vida" que é dirigido por Lara Borges/ Coordenadara da Biblioteca. Entre os participantes do encontro haviam grupos de teatro da Paraíba, Colômbia, São Paulo (capital e interior) e Marabá - a única cidade da Região Norte do Brasil representada no encontro.
O grupo Asas da Liberdade participou de uma extensa programação que incluiu workshops, palestras, oficinas e a oportunidade de assistir alguns espetáculos teatrais de renome. Em um dos dias de trabalhao a Companhia participou da oficina com o Grupo de Teatro Revelação - Teatro do Oprimido. O encerramento do encontro foi celebrado com um grande cortejo, onde a equipe de Marabá carregava bandeiras da cidade de Marabá e do estado do Pará - informa Lara Borges.
A organização do envento estava por conta também do Pombas Urbanas. A Companhia de Teatro aproveitou a viagem para estabelecer contatos com outras equipes e produções de teatro e conhecer a cidade de São Paulo. A viagem aconteceu em função da ação de alguns políticos e empresariados locais que ajudaram na viabilidade da viagem. Toda a comunidade do bairro Liberdade e principalmente a Companhia de Teatro Asas da Liberdade agradece o apoio de todos.
Um Pouco +
Pombas Urbanas
Em outubro de 2.009, o grupo Pombas Urbanas completou 20 anos de existência. Nasceu a partir do projeto “Semear Asas”, concebido pelo diretor Lino Rojas com objetivo de formar atores e técnicos para o teatro com jovens de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo.
Com seu fazer teatral, o grupo busca reconhecer e expressar sua cidade e seu tempo. O processo de formação de atores desenvolvido pelo grupo parte do reconhecimento do ator sobre seu corpo e seus movimentos, da compreensão de sua histórias, suas raízes étnicas e culturais e do meio em que vive para desenvolver sua expressividade cênica. Com este processo, o grupo pesquisou de distintas maneiras a cidade de São Paulo, criou e montou seu repertório de 12 espetáculos de diferentes linguagens: de teatro de rua, para palco, público infantil, jovem e adulto.
Além da pesquisa e produção de espetáculos, o grupo sempre desenvolveu ações que aproximassem o Teatro de populações mais marginalizadas da cidade - dedicação coerente com a própria origem do grupo. Ao estruturar-se como uma companhia profissional, sempre buscou criar oportunidades de acesso, dedicando-se intensamente à transferência de seus conhecimentos para outros jovens da periferia e realizando apresentações e temporadas de seus espetáculos em regiões sem acesso ao teatro.
Durante anos, esteve à procura de um espaço na zona leste de São Paulo, onde pudesse pesquisar, ensaiar e desenvolver um projeto teatral com jovens da região. Em janeiro de 2.004, conseguiu a cessão de um galpão no bairro Cidade Tiradentes em regime de comodato por 20 anos. Desde então, o grupo promove, no local, um intenso processo teatral comunitário caracterizado pelo profundo vínculo entre artistas e comunidade.
Com sua vinda à Cidade Tiradentes em janeiro de 2004, o grupo mergulhou no universo do desemprego, exclusão, da deterioração do ser humano em busca de sobrevivência. Durante 3 anos, dedicou-se intensamente à estruturação do Centro Cultural Arte em Construção e em 2.007, realizou a montagem de um novo espetáculo, “Histórias Para Serem Contadas” que deu voz a muitas das histórias e conflitos que o grupo, vivendo no bairro Cidade Tiradentes, acompanhou de perto.
É desta forma que os integrantes do grupo Pombas Urbanas compreendem e exercem sua condição de artistas: situando sua pesquisa e produção teatral junto à sociedade com o desenvolvimento de propostas práticas e concretas de acesso à Arte, desenvolvimento de conhecimentos e ferramentas para que populações historicamente marginalizadas possam produzir teatro e refletir sobre sua realidade por meio da Arte.
Post por: Jairon Gomes
Instituto Cultural Hozana Lopes de Abreu
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